12/12/10

OS PRIMEIROS POVOS – PARTE II

Tamanha prosperidade atraiu à península ibérica outros povos, desejosos de riquezas fáceis, terrenos férteis e sol brilhante, coisas raras nos países nórdicos de onde eles eram originários.
Era o caso dos Vândalos, Suevos, Alanos, Lombardos, Ostrogodos e Visigodos, que invadiram o Império Romano, destruindo em pouco tempo aquilo que custara tanto suor à multinacional italiana.

Estes povos eram autênticos bárbaros, pois não tomavam banho, tinham piolhos, lêndeas e narrativas, davam grandes arrotos e, dispondo de armas em ferro que eram o último grito em tecnologia bélica, invadem os entrepostos fortificados, desorganizando a rede de concessionários e vendedores romanos, assassinando (e, por vezes, matando) sem dó nem piedade, até porque não acreditavam no perdão divino, nem sabiam ler ou escrever.
A maior parte expressava ideias fascistas de extrema-direita e adoravam fazer o mal só pelo prazer de destruir, sendo cientificamente considerados os fundadores do hooliganismo. A sua forma de conquistar o coração das populações (pelo menos das que ainda tinham coração após as suas invasões, bem entendido), foi aliciarem as crianças com pequenos bonecos de fabrico artesanal, os “Barbos”, que representavam a figura de um bárbaro, o qual podia ser vestido com diversas vestes em miniatura. Este boneco foi um tremendo sucesso e um fenómeno de longevidade, pois de geração em geração chegou aos nossos dias na sua versão feminina americanizada, de nome “Barbie”.

Com o passar do tempo, os hooligans assentaram, envelheceram, engordaram e passaram a ir à missa, convertendo-se ao catolicismo que, apesar de não ser tão hipnotizante como uma IURD, tinha ainda assim bastante influência sobre as populações. Além da religião, a união entre dominados e dominadores operou-se também pela língua, primeiro, no sentido físico do termo e, depois, pelo latim, que foi adoptado como língua comum nas relações pessoais e comerciais, além de dar imenso jeito para perceber os sermões na missa.

Contudo, o conglomerado de indústrias dos Visigodos, que ocupava grande parte da Península Ibérica, vivia em lutas internas por causa da escolha do presidente do conselho de administração, que motivava intrigas, boatos, tabefes e guerrinhas entre vários pretendentes à chefia daquela organização.

Aproveitando tal fraqueza, no ano de 711, os muçulmanos metem-se no ferry-boat, atravessam o estreito de Gibraltar e, animados dum profundo fanatismo religioso bem como de gosto pelo negócio, invadem a quase totalidade da Península Ibérica, com excepção de uma pequena zona a norte, as Astúrias. A oferta de uma vasta gama de produtos e serviços, totalmente inovadora e com grande aceitação do público, foi a razão para o rápido domínio do mercado. O esquema de distribuição era também inovador, assente num grande número de pequenos pontos de venda, lojas dos trezentos, onde vendiam os seus bens a preços sem competição, perante enormes filas de compradores.


De noras a picotas, plantas de laranjeira e figueira, consultas de medicina, astronomia e matemática, cursos sobre o fabrico de armamento, couro e chumbo, tudo servia o domínio dos muçulmanos (ou Sarracenos, Árabes, Maometanos, Mouros ou Infiéis, consoante a alcunha).
Com o tremendo êxito comercial que tiveram, pensaram trazer a família até nós e por cá assentaram arraiais, começando a construção de casas apalhaçadas e de mesquitas, decorados com cores e azulejos bem mais fotogénicos do que aqueles dos Romanos. Nas suas relações com os oficiais de pedreiro, utilizaram certas palavras que soaram tão bem aos habitantes da Península que estes as adoptaram no seu vocabulário, tais como azeite, laranja, azenha e toda uma gama de vocábulos começados por “AL”. Desde sempre, as populações deste cantinho da Península tiveram fácil adopção dos estrangeirismos.

Mas, como no amor e na guerra tudo vale, a vingança dos pequenos comerciantes encurralados nas Astúrias não demorou a fazer-se sentir. Espartilhados num mercado demasiado pequeno para o seu potencial , os Cristãos reorganizaram-se, adoptaram novas formas de marketing e partiram ao ataque do invasor, que além de lhes ter roubado mercado, andava a ensinar outras formas de alimentar a fé, segundo ensinamentos de um profeta Mao...mé.



A batalha pelo mercado municipal de Covadonga, no séc. VIII, marca o início da reconquista cristã, que repele a pouco e pouco os muçulmanos, retomando-lhes os pontos de venda. O comandante dos vendedores Cristão era Pelágio, assim chamado por ser igualzinho a seu pai (daí surge a evolução para a palavra “plágio”, que hoje significa imitação desonesta de obras alheias).

Sem comentários:

 
hits